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quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Madeira - Eis a questão!

Estou fazendo um curso de sommelier para enófilos e estou aprendendo muiiitttoooo. Na aula dessa semana surgiu a discussão que atualmente é moda o vinho ter esse gosto amadeirado, pode ser uma tendência, mas precisamos estar antenado nesse assunto.

Até a metade do século XX, ainda se usavam numerosos tipos de madeira, como carvalho, castanheiro, robínia, freixo e outras mais, mas atualmente você ouve e lê em alguns rótulos carvalho americano ou carvalho francês.

O carvalho é uma árvore do gênero Quercus. Essas árvores vivem vários séculos, chegando a atingir portes de 30 a 50 metros. Elas são cortadas para fazer barris quando têm de 150 a 250 anos, pois nessa faixa etária atingem as dimensões ideais. Elas são cortadas e preferencialmente ficam a ar livre para secarem, pois a secagem natural possibilita a maturação da madeira pela ação de microorganismos que alteram sua composição química, essa secagem ao ar livre dura de 24 a 36 meses, antes de virarem o barrilzinho que nós conhecemos.

 Após essa secagem, acontece a queima que dá formas as duelas sem quebrá-las, as duelas são aquecidas lentamente, o vídeo que eu coloco mais abaixo, mostra perfeitamente esse processo. E por último acontece a tosta.

A tosta afeta a madeira de diversas formas, existem quatro níveis de intensidade. A leve , a média, média escura e a forte. Então o enólogo decide quando vai comprar esses barris qual a tosta que ele vai querer.

Como a tosta afeta a madeira, libera numerosas moléculas odoríferas, por exemplo, em uma tosta leve, podemos ter notas do tipo baunilha e láctea, em uma tosta média capuccino, bala toffee, e em uma tosta forte café, tostados, carvão, chocolate amargo. Diminui os taninos (aquela sensação de comer um caju) e por último participa na cor dos destilados. Mais abaixo vou colocar um vinho que provamos que tras bem isso.

O carvalho utilizado na fabricação de barris de qualidade, é o Quercus petrae (carvalho-séssil), o mais procurado, por conseguinte, o mais caro, eles podem vir da França - regiões como Allier, Tronçais, Centre France, Vosges, Bourgogne, Nevers e Bertranges e tem também o carvalho americano, o Quercus Alba, muito explorado, baixa custo, farta disponibilidade, origina-se do leste Americano – Missouri, Illinois, Indiana, Ohio, Pensilvânia, Minnesota, Virgínia, Arkansas, Kentucky.

Atualmente, quase todas as regiões do mundo empregam barricas de cerca de 225 litros, volumes menores oxidam o vinho, volumes maiores não entram em contato com a madeira, portanto não atinge a perfeição. Cada barrica de 225 litros, consegue-se fazer 288 garrafas, que dá 216 litros, o restante são perdas por evaporação.

No Brasil, a representante da Saury, que fica em Bento Gonçalves, Regina Flores, me disse que o preço médio de uma barrica de carvalho francês de primeira qualidade é de USD 1.200 e carvalho americano USD 700.

O vídeo é bem legal, são 6 minutinhos, um trabalho lindo, mas meu deus, tão cansativo, você que reclama do seu dia-a-dia, páre pois tem trabalho muito mais cansativo que o seu. O vídeo ilustra o que eu escrevi e nos leva a imaginar quanto é caro para se produzir um vinho de qualidade, portanto podemos refletir antes de afirmar que o preço daquele determinado vinho é caro ou não vale o preço, mas isso é outra questão, outro post e pode não ter fim essa discussão.

http://www.youtube.com/watch?v=3LBGPKgQ2ac&feature=related

Prove o vinho!

Nome: Malbec D.O.C Luján de Cuyo 2008
Produtor: Luigi Bosca
Uva: Malbec
Safra: 2008
Região: Luyán de Cuyo e Maipú
Preço: 80,00
Olfato: carvalho, madeira, baunilha, coco, mentolado, eucalipto.
paladar: tanino fino, redondo, toque salgado, pouca acidez, falta fruta.

Bom é isso, tire O Sacarolha! e Cheers!

Um comentário:

  1. Olá,
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    Alexandre Sobral R. Horta
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